Sunday, November 22, 2009

CUBA...




CUBA


Cultivo una rosa blanca,

en julio como en enero,

para el amigo sincero

que me dá su mano franca.



Y para el cruel que me

arranca el corazón con que vivo,

cardo ni ortiga cultivo:

cultivo una rosa blanca!



José Maria, poeta cubano



Monday, July 13, 2009

O COMPLEXO DE ÉDIPO...



O conceito do Complexo de Édipo, pedra angular da teoria de Freud
sobre a sexualidade, tem origem na tragédia de Sófocles.
O Rei Édipo, que foi representada na Grécia antiga, possivelmente
entre 427 e 426 a.C
Eis um resumo do que trata esta tragédia Grega por excelência.
Édipo (o nome significa “pés aleijados”) foi abandonado pelos pais,
os reis de Tebas, para morrer num deserto.
Contudo, Édipo sobrevive, e inicia a sua caminhada errante
em busca do seu destino.
Um dia, envolve-se numa discussão com um homem que encontra
no caminho e mata-o, sem saber que ele era seu pai. Édipo chega a
Tebas, numa altura em que a esfinge da cidade, em parte mulher,
em parte pássaro, e em parte leão, estava a devastar a cidade,
perguntando a cada pessoa que passava a resposta para a
adivinha que as Musas lhe tinham ensinado.
Os tebanos que não sabiam a resposta eram devorados pela Esfinge.
Quando chegou a vez de Édipo, este resolveu o enigma e a Esfinge
matou-se. Édipo entrou em triunfo em Tebas e casa com a rainha
Jocasta, não sabendo que era sua mãe.
Parricida e incestuoso, castigou-se a si próprio furando os olhos,
acabando por enlouquecer.
(ana/eu!)




Liberdade!



Ser livre
É querer ir e ter um rumo,
e ir sem medo,
mesmo que sejam vãos os passos.
É pensar e logo
transformar o fumo
do pensamento em braços
É não ter pão nem vinho,
só ver portas fechadas e pessoas
hostis,
e arrancar teimosamente do
caminho
sonhos de sol
com fúrias de raiz.
É estar atado, amordaçado, em
sangue, exausto,
e mesmo assim,
nunca desesperar
de, custe o que custar,
chegar ao fim

Armindo Rodrigues

(ana/eu!)

Thursday, June 11, 2009

A magia sonora do violino...





A música é celeste, de natureza divina e

de tal beleza que encanta a alma e a eleva

acima da sua condição.


Aristóteles








Monday, May 25, 2009

SABIÁ!!!





SABIÁ



Quando foste àquela casa,

ao sabor de cada asa,

que é que foi que viste lá?

Viste alguém de fino rosto,

que traja com bom gosto,

não foi mesmo sabiá?




Pousaste na laranjeira

que se ergue bem fronteira

com seu quarto de dormir?

Que tem ela mais do que as outras,

Que vês nela mais que noutras

no teu eterno ir-e-vir?




Desconfio, meu sabiá,

que o que te leva até lá

é algum secreto pendor...

És dela o seu ministrel

cuja boca anseia o mel

que flui de tão linda flor!




Mas não vás mais atrás dela,

nem voltes à sua janela

se queres conselhos sábios

Desfaz os teus sonhos, pois

alguém já privou nós dois

da corola dos seus lábios!

Humberto -- Poeta
















Wednesday, May 13, 2009

Caravelas!


Caravelas

A felicidade é melhor que a vida
Por isso vou soltar as caravelas
Deixar que os meus navios
Se emoldurem no mar
Preciso desatar meu grito
Distender-me entre as procelas
E comandar as caravelas
Que dão sentido ao mar

Existe uma felicidade em mim
Que o coração não pode suportar
Preciso usar as caravelas
Pra dividir com o mar
Felicidade melhor que a vida
Vida que só ousa sonhar
Enquanto as caravelas
Vão enfeitando o mar
João das Flores


Arte e Formatação: Nara Freitas
Saquarema/RJ




Thursday, May 7, 2009

The Tempest ...








« The wreckage added to his pain,

And the dead body of a hero, master

Of the largest infantdom in the world

On the cold ridge of an enraged wave,

Had the dead, holding the sword,

Keep the dream adrift, so as not to sink! »


Miguel Torga


Mto Boa Noite Helena...







« Não podemos orientar o vento,

mas podemos ajustar a nossa vela!

Autor Desconhecido »


ana/eu!

Monday, May 4, 2009

Para a Elisabete





« A verdade nua e crua, tem forma e cor definida:
Nasce no meio da rua e tem o tamanho da Vida »

ana/eu!






Friday, April 24, 2009

Todo Dia Era Dia de Índio!


Todo Dia Era Dia de Índio
Baby do Brasil
Composição: Jorge Ben

Curumim,chama Cunhatã
Que eu vou contar

Curumim, chama Cunhatã
Que eu vou contar

Todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio

Curumim,Cunhatã
Cunhatã,Curumim

Antes que o homem aqui chegasse
Às Terras Brasileiras
Eram habitadas e amadas
Por mais de 3 milhões de índios
Proprietários felizes
Da Terra Brasilis

Pois todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio

Mas agora eles só tem
O dia 19 de Abril

Mas agora eles só tem
O dia 19 de Abril

Amantes da natureza
Eles são incapazes
Com certeza
De maltratar uma fêmea
Ou de poluir o rio e o mar

Preservando o equilíbrio ecológico
Da terra,fauna e flora

Pois em sua glória,o índio
É o exemplo puro e perfeito
Próximo da harmonia
Da fraternidade e da alegria

Da alegria de viver!
Da alegria de viver!

E no entanto,hoje
O seu canto triste
É o lamento de uma raça que já foi muito feliz
Pois antigamente

Todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio

Curumim,Cunhatã
Cunhatã,Curumim

Terêrê,oh yeah!
Terêreê,oh!
Para a m/amiguinha Vida!





Friday, March 27, 2009

Barca bela




BARCA BELA

Pescador da barca bela
Onde vais pescar com ela,
Que é tão bela,
Oh pescador?


Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
Oh pescador!


Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela…
Mas cautela,
Oh pescador!


Não se enrede a rede nela,
Que perdido é ramo e vela
Só de vê-la,
Oh pescador,


Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela,
Foge dela
Oh pescador!

Almeida Garrett

Tuesday, March 17, 2009

"O ZOÓFILO" ORGÃO DA SOCIEDADE PROTECTORA DOS ANIMAIS










VERGONHA



Acontece em pleno ano 2009 numa altura em que se fala de

futuro, de tecnologias avançadas, de paz, de solidariedade e

de amor.

Acontece nas Ilhas Faroe (Dinamarca), membro da União

Europeia.

O homem afirma a sua virilidade, a passagem ao estado

adulto, matando os golfinhos "Calderon" que se aproximam

para conviver e para saudar o ser humano.

É a paga que têm...

Há lágrimas que não chegam para chorar a maldade!



ana/eu!






Monday, March 16, 2009

La Bohème

Encantadora música que nos transporta para um mundo
maravilhoso!

Thursday, March 12, 2009

Pela luz dos olhos teus... Vinícius de M.









Quando a luz dos olhos meus

E a luz dos olhos teus

Resolvem se encontrar

Ai que bom que isto é meus Deus

Que frio que me dá o encontro desse olhar

Mas se a luz dos olhos teus

Resiste aos olhos meus só para me provocar

Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar.


II


Meu, amor juro por Deus

Que a luz dos olhos meus já não pode esperar

Quero a luz dos olhos meus

Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará

Pela luz dos olhos teus

Eu acho meu amor que só se pode achar

Que a luz dos olhos meus precisa se casar!


Vinícios de Morais




ana/eu!

Folhas caídas... Almeida Garrett





Almeida Garrett







Tuesday, March 10, 2009

Madrigal - Eugénio de Andrade






MADRIGAL


Tu já tinhas um nome, e eu não

sei se eras fonte ou brisa

ou mar ou flor.

Nos meus versos chamar-te-ei amor!


Eugénio de Andrade


Primavera! David Mourão Ferreira






PRIMAVERA


Todo o amor que nos prendera

como se fora de cera

se quebrava e desfazia

ai funesta primavera

quem me dera, quem nos dera

ter morrido nesse dia.


2.


Condenaram-me a tanto

Viver comigo meu pranto

viver, viver e sem ti

vivendo sem no entanto

eu me esquecer desse encanto

que nesse dia perdi.


3.


Pão duro da solidão

é somente o que nos dão

o que nos dão a comer

que importa que o coração

diga que sim ou que não

se continua a viver.


4.


Todo o amor que nos prendera

se quebrara e desfizera

em pavor se convertia

ninguém fale em primavera

quem me dera, quem nos dera

ter morrido nesse dia!


David-Mourão Ferreira







Sê tu a palavra... Eugénio de Andrade







SÊ TU A PALAVRA...


1.

Sê tu a palavra

branca rosa branca.


2.

Só o desejo é material.


3.

Poupar o coração

é permitir a morte

coroar-se de alegria.


4.

Morre

de ter ousado

na água amar o fogo.


5.

Beber-te a sede e partir

-- eu sou de tão longe.


6.

Da chama à espada

o caminho é solitário.


7.

Que me quereis,

se me não dais

o que é tão meu?


Eugénio de Andrade



ana/eu!






Saturday, March 7, 2009

Prospecção - Miguel Torga






PROSPECÇÃO


Não são pepitas de oiro que procuro

Oiro dentro de mim, terra singela!

Busco apenas aquela

Universal riqueza

Do homem que revolve a solidão:

O Tesoiro Sagrado

De nenhuma certeza,

Soterrado

Por mil certezas de alavião

Cavo,

Lavo,

Peneiro,

Mas só quero a fortuna

De me encontrar

Poeta antes dos versos

E sede antes da fonte.

Puro como um deserto.

Inteiramente nu e descoberto.


Miguel Torga




Companheiros -- Mia Couto




COMPANHEIROS


quero

escrever-me de homens

quero

calçar-me de terra

quero ser

a estrada marinha

que prossegue depois do último caminho



e quando ficar sem mim

não terei escrito

senão por vós

irmãos de um sonho

por vós

que não serei derrotados



deixo

a paciência dos rios

a idade dos livros



mas não lego

mapa nem bússola

por que andei sempre

sobre meus pés

e doeu-me

às vezes

viver



hei-de inventar

um verso que vos faça justiça



por ora

basta-me o arco íris



em que vos sonho

basta-te saber que morreis demasiado

por viverdes de menos

mas que

permaneceis sem preço


Companheiros...

Mia Couto








Thursday, March 5, 2009

Começo - Miguel Torga




Começo - Miguel Torga

Começo

Magoei os pés no chão onde nasci.
Cilícios de raivosa hostilidade
Abriram golpes na fragilidade
De criatura
Que não pude deixar de ser um dia
Com lágrimas de pasmo e de amargura
Paguei à terra o pão que lhe pedia.

II

Comprei a consciência do que sou
Homem de trocas com a natureza.
Fera sentada à mesa
Depois de ter escoado o coração
Na incerteza
De comer o suor que semeou,
Varejou,
E, dobrada de lírica tristeza,
Carregou!

Miguel Torga


ana/eu!



Monday, February 9, 2009

Se -- Sophia de Mello Breyner Andresen







« Se

Se tanto me dói que as coisas passem

É porque cada instante em mim foi vivo

Na luta por um bem definitivo.

Em que as coisas do amor se eternizassem


Sophia de Mello Breyner Andresen »


Libertação - Miguel Torga





Libertação


Vem camarada, vem

Render-me neste sonho de beleza!

Vem olhar de outro modo a natureza

E cantá-la também!


II


Ergue o teu coração como ninguém;

Fala doutro luar, doutra pureza;

Tens outra humanidade, outra certeza:

Leva a chama da vida mais além!


III


Até onde podia, caminhei,

Vi a lama da terra que pisei

E cobri-a de versos e de espanto.


IV


Mas, se o facho é maior na tua mão,

Vem, camarada irmão,

Erguer sobre os meus versos o teu canto.


Miguel Torga

Fernando Pessoa








Passa uma borboleta por diante de mim

E pela primeira vez no Universo eu reparo

Que as borboletas não têm cor nem movimento.

Assim como as flores não têm perfume nem cor.

A cor é que tem a cor nas asas da borboleta.

No movimento da borboleta o movimento é que se move,

O perfume é que tem perfume no perfume da flor.

A borboleta é apenas borboleta

E a flor é apenas flor...


Fernando Pessoa



Monday, February 2, 2009

Miguel Torga




Miguel Torga


Não, Não tenho limites

Quero de tudo

Tudo.

O ramo que sacudo

Fica varejado.

Já nascido em pecado,

Todos os meus pecados são mortais.

Todos tão naturais

À minha condição,

Que quando por excepção,

Os não pratico

É que me mortifico.

Alma perdida

Antes de se perder,

Sou uma fome incontida

De viver.

E o que redime a vida

É ela não caber

Em nenhuma bebida!


*-*-*


Thursday, January 29, 2009

Guerra Civil - Miguel Torga




GUERRA CIVIL


É contra mim que luto.

Não tenho outro inimigo.

O que penso,

O que sinto,

O que digo

E, o que faço,

É que pede castigo

E desespera a lança no meu braço.


***


Absurda aliança

De criança

E adulto,

O que sou é um insulto

Ao que não sou;

E combato esse vulto

Que à traição me invadiu e me ocupou.


Miguel Torga





ana/eu!


Saturday, January 24, 2009

Quase um poema de amor - Miguel Torga









QUASE UM POEMA DE AMOR!


Há muito tempo que já não escrevo um poema,

De amor,

E é o que que eu sei fazer com mais delicadeza!

A nossa natureza

Lusitana

Tem essa humana

Graça

Feiticeira

De tornar de cristal

A mais sentimental

E baça

Bebedeira


***


Mas ou seja que vou envelhecendo

E ninguém me deseje apaixonado,

Ou que a antiga paixão

Me mantenha calado

O coração

Num íntimo pudor,

- Há muito tempo já que não escrevo

um poema

De amor...


Miguel Torga






Alentejo - Miguel Torga






ALENTEJO


A luz que te ilumina,

Terra da cor dos olhos de quem olha!

A paz que se adivinha

Na tua solidão

Que nenhuma mesquinha condição

Pode compreender e povoar!

O mistério da tua imensidão

Onde o tempo caminha

Sem chegar!...


Miguel Torga

Thursday, January 22, 2009

Outono - Miguel Torga








OUTONO


Tarde pintada

Por não sei que pintor.

Nunca vi tanta cor

tão colorida!

Se é de morte ou e vida,

não é comigo.

Eu, simplesmento, digo

Que há fantasia

Neste dia,

Que o mundo me parece

Vestido por ciganas adivinhas,

E que gosto de o ver, e me apetece

Ter folhas, como as vinhas...


Miguel Torga





Wednesday, January 21, 2009

MÃE - Miguel Torga





Mãe...


Que desgraça na vida aconteceu,

Que ficaste insensível e gelada?

Que todo o teu perfil se endureceu

Numa linha severa e desenhada?


II


Como as estátuas que são gente nossa

Cansada de palavras e ternura,

Assim tu me pareces no teu leito.

Presença cinzelada em pedra dura,

que não tem coração dentro do peito.


III


Chamo aos gritos por ti -- não me respondes.

Beijo-te as mãos e o rosto -- sinto frio,

Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes,

Por detrás do terror deste vazio.


IV


Abre os olhos ao menos, diz que sim!

Diz que me vês ainda, que me queres.

Que és a eterna mulher entre as mulheres.

Que nem a morte te afastou de mim!


Miguel Torga







Somewhere Over the Rainbow - John Lennon



Somewhere Over the Rainbow


« Eu vejo o vento,

eu vejo as árvores,

as nuvens,

Eu sinto a tristeza, eu sinto os sonhos

Tudo está claro em meu coração

Eu sinto a vida, eu sinto amor

Tudo está claro em nosso mundo...


John Lennon

Tuesday, January 20, 2009

Eugénio de Andrade






Frente a Frente


Nada podeis contra o amor,

Contra a cor da folhagem,

contra a carícia da espuma,

contra a luz nada podeis.


**


Podeis dar-nos a morte,

a mais vil, isso podeis

- e é tão pouco


**


As palavras

São como um cristal,

as palavras

Algumas, um punhal,

um incêndio.


**


Outras,

orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.

Inseguras navegam:

barcos ou beijos,

as águas estremecem.


**


Desamparadas, inocentes, leves

Tecidas são de luz e são a noite

E mesmo pálidas

verdes paraísos lembram ainda.


**


Quem as escuta?

Quem as recolhe, assim,

cruéis, desfeitas,

nas suas conchas puras?


**

Eugénio de Andrade







Eugénio de Andrade





Pseudónimo de José Fontinhas Rato

Poeta português nascido na freguesia de

Póvoa de Atalaia (Fundão) em 19 de

Janeiro de 1923.

Faleceu a 13/Junho de 2005, no Porto

após doença neurológica prolongada.





« Passamos pelas coisas sem as ver,

gastos, como animais envelhecidos:

Se alguém chama por nós não respondemos,

se alguém nos pede amor não estremecemos,

como frutos de sombra sem sabor,

vamos caindo ao chão, apodrecidos... »


Eugénio de Andrade






ana/eu!



Sunday, January 18, 2009

Poema de Francisco Bulhão






Que a tesoura corta

E, na tarde quente,

Junho está à porta.


II


Um halo de neve

Espuma ou algodão,

Envolve de leve

Ás reses no chão.


III


Na luz forte, em roda,

Zumbem as abelhas.

E há balidos soltos

E tristes, de ovelhas.


IV


E ao soltar aquelas

Livres, já, dos veios,

Parecem gazelas,

Em saltos singelos.


V


Rente, rente, rente,

A tesoura corta.

E, na tarde quente,

Junho está à porta!


***

Francisco Bugalho




ana/eu!

Soneto - António Gedeão






SONETO


Não pode Amor por mais que as falas mude

exprimir quanto pesa ou quando mede.

Se acaso a comoção falar concede

é tão mesquinho o tom que o desilude.


II


Busca no rosto a cor que mais o ajude,

magoado parecer aos olhos pede,

pois quando fala a tudo o mais excede

não pode ser Amor com tal virtude.


III


Também eu das palavras me arreceio,

também sofro do mal sem saber onde

busque a expessão maior do meu anseio.


IV


E acaso perde, o Amor que a fala esconde,

em verdade, em beleza, em doce enleio?

Olha bem meus olhos, e responde...


***

António Gedeão







ana/eu!



Saturday, January 17, 2009

Vem Vento, Varre... Adolfo C.Monteiro





Vem vento, varre

sonhos e mortos.

Vem vento, varre

medos e culpas.

Quer seja dia,

quer faça treva,

varre sem pena,

leva adiante

paz e sossego,

leva contigo

nocturnas preces,

presságios fúnebres,

pávidos rostos

só covardia.

Que fique apenas

erecto e duro

o tronco estreme

de raiz funda.

Leva a doçura,

se for preciso:

ao canto fundo

basta o que basta.

Vem vento, varre!
Adolfo Casais Monteiro
ana/eu!