Monday, February 2, 2009

Miguel Torga




Miguel Torga


Não, Não tenho limites

Quero de tudo

Tudo.

O ramo que sacudo

Fica varejado.

Já nascido em pecado,

Todos os meus pecados são mortais.

Todos tão naturais

À minha condição,

Que quando por excepção,

Os não pratico

É que me mortifico.

Alma perdida

Antes de se perder,

Sou uma fome incontida

De viver.

E o que redime a vida

É ela não caber

Em nenhuma bebida!


*-*-*


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