Sunday, January 18, 2009

Soneto - António Gedeão






SONETO


Não pode Amor por mais que as falas mude

exprimir quanto pesa ou quando mede.

Se acaso a comoção falar concede

é tão mesquinho o tom que o desilude.


II


Busca no rosto a cor que mais o ajude,

magoado parecer aos olhos pede,

pois quando fala a tudo o mais excede

não pode ser Amor com tal virtude.


III


Também eu das palavras me arreceio,

também sofro do mal sem saber onde

busque a expessão maior do meu anseio.


IV


E acaso perde, o Amor que a fala esconde,

em verdade, em beleza, em doce enleio?

Olha bem meus olhos, e responde...


***

António Gedeão







ana/eu!



No comments: