Saturday, January 17, 2009

Vem Vento, Varre... Adolfo C.Monteiro





Vem vento, varre

sonhos e mortos.

Vem vento, varre

medos e culpas.

Quer seja dia,

quer faça treva,

varre sem pena,

leva adiante

paz e sossego,

leva contigo

nocturnas preces,

presságios fúnebres,

pávidos rostos

só covardia.

Que fique apenas

erecto e duro

o tronco estreme

de raiz funda.

Leva a doçura,

se for preciso:

ao canto fundo

basta o que basta.

Vem vento, varre!
Adolfo Casais Monteiro
ana/eu!




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