COM CINCO LETRAS DE SANGUE
De súbito três tiros na memória
Apagaram-se as luzes. Noite. Noite.
De súbito três tiros nas palavras
Um poeta calou-se apagou-se a canção.
De súbito um poema foi bombardeado
um poeta fechou-se nas vogais
cercado por consoantes que talvez
caminhassem cantando para um verso.
Eram granadas ? Eram sílabas de fogo ?
De súbito a guerra. Noite. Noite. E um poeta
com cinco letras escreveu no chão: porquê ?
com cinco letras do seu próprio sangue...
MANUEL ALEGRE
« É mais fácil fazer a guerra do que a paz! »
Georges Clemenceau
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