Tuesday, June 26, 2007

Vidro côncavo - António Gedeão




VIDRO CÔNCAVO


Tenho sofrido poesia

como quem anda no mar.

Um enjoo.

Uma agonia.

Saber a sal.

Maresia.

Vidro côncavo a boiar.


Doi esta corda vibrante

A corda que o barco prende

à fria argola do cais

Se uma onda que a levante

vem logo outra que a distende.

Não tem descanso jamais.


ANTÓNIO GEDEÃO




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